Minha vida está exatamente assim...

...cheia de intervalos de lucidez, força, seguido de fraqueza e desamparo. Não há nada do que programe que seja cumprido. Pior: parece ficar até mais difícil de cumprir. Gostaria muito de passar no concurso do Evandro Chagas, mas me faltam forças para continuar estudando... algo suga minhas energias, mais forte do que eu e do que o mundo. Penso muito na minha filha e no quanto a abandonei sob o vil pretexto de estudar, mas não consigo estar ao seu lado, ou estudar, ou amar, ou trabalhar. Não quero crer, mas minha vida parou no tempo. Quando fico obcecada por um determinado e único assunto, é sinal de problemas presentes e futuros. Desta vez é Banco de Dados, mas não de forma saudável e sim um interesse doentio. Ao menos me percebo, embora relute em aderir a tratamentos antidepressivos.
Estou pesando 106 Kg e não gosto nada deste corpo, menos ainda desta aparência, pior que o excesso de peso; e não adianta a Psicologia mencionar algo como “baixa autoestima” porque me sinto muito pior, muito, muito...
Estou mal, pesada em todos os sentidos, prejudicando vários setores de minha vida e prejudicando pessoas que querem ajudar. Farei as unhas amanhã, embora não tenha mencionado isso em minha lista de tarefas. Incrível como me percebo e não cuido de mim mesma.
Espero que tudo passe: ansiedade, excesso de peso, falta de cuidados pessoais, afastamento de minha filha, desinteresse pelas demais coisas que antes me interessavam...
CHEGA!!!!
Tenho todos os motivos do mundo para chorar e ao mesmo tempo motivo algum. Sinto-me merecedora de todo o respeito e compreensão do mundo e paradoxalmente odeio-me por estar tão sensível. Quero o mundo e ao mesmo tempo não quero nada e só quero ficar sozinha com toda essa melancolia. Quero estar só, mas não quero ficar sozinha. Louco!!!
Quero muito chorar, de toda a alma, e ser consolada e genuinamente compreendida, por amor... Mas não quero piedade, não quero aproximação com intenção terapêutica. Quero uma canção que exprima todo meu estado de alma. Chorar tudo sem que me interrompam. Familia, ninguém, tudo, nada, sair, me esconder, aprender, esquecer, liberdade, prisão. Não quero tolerância demais, menos ainda intolerância demais, reconhecer minha patologia, mas que ninguém mais a reconheça, que ninguém lembre que um dia estive assim, porque sei que vou ficar boa. Não queria que fosse doença, somente que tenho motivos para estar triste e melancólica.
Me sentir frágil e deixar que percebam é a morte em vida. Quero a vida... e quero a morte.